Por Aleksandro Clemente
Vocês acompanharam toda a propaganda política? Pois é, desta vez o horário eleitoral na TV e no Rádio foi, literalmente, uma palhaçada. Mas seria cômico se não fosse trágico! Há uma enorme lista de candidatos saídos do meio artístico, televisivo e esportivo, que disputam os mais diferentes cargos no congresso e nas assembléias legislativas. Isso por si só não seria um problema, afinal, como cidadãos, eles também têm o direito de se candidatar. Mas não acho nada engraçadas as piadas e a chacota que estão fazendo com a cara do povo e com a democracia. Se o brasileiro já estava decepcionado com a política e com os políticos (com razão) agora é que o caldo entornou mesmo.
É verdade que grande parte dos políticos profissionais já não se mostra merecedora da confiança do cidadão, mas o mesmo acontece com muitos dos “famosos” que aí estão pedindo voto. Devemos nos perguntar: Qual o preparo, não necessariamente acadêmico, mas político, da maioria desses Senhores (as)? Qual é o histórico de militância e de engajamento político-social desses candidatos (as)? Há quanto tempo estão na vida partidária? Eles sabem que se forem eleitos deverão observar as decisões de seus partidos? Aliás, eles conhecem os estatutos e os programas de seus partidos? Eles já leram o regimento da Câmara, da Assembléia ou do Senado? Ora, tem candidato que foi à TV e disse claramente que não sabe o que faz um Deputado Federal, cargo ao qual se candidatou! E tem “frutinhas” pra todo gosto; tem jogadores de futebol e até torcida organizada (é nóis!). Apareceu também um novo partido, o K. L. (ah, só faltou a música do B.ee Gees com letra em português). No Rio de Janeiro o barraco vai desabar e em Pernambuco: “garçom, aqui nesta mesa de bar...”. Bem, pelo menos os boxeadores estarão lá para “dá porrada” em todo mundo que “fizé” falcatrua, né? Dizem até que já tem gente dá gente requebrando pra valer com a expectativa da vitória (palavra dos manos!).
Como sabemos, é o partido que escolhe a lista dos seus candidatos. Mas o que pouca gente sabe é que, quando um candidato recebe muitos votos, esses votos entram na “cesta” do partido e ajudam a eleger outros candidatos daquele mesmo partido ou coligação. É isso mesmo, você vota em um e elege outro. Por isso é que os partidos gostam de investir em candidatos “puxadores de voto”. Agora cá entre nós, como votar em um partido que além de dar a legenda ainda admite que o seu candidato vá para a TV pedir voto dizendo: “Pior do que está não fica....”(!)? Em outras palavras o que ele, o seu partido e todos os demais partidos da coligação estão dizendo (na coligação os partidos funcionam como se fossem um só), é que se forem eleitos não vão tentar melhorar nada, quando muito não vão piorar. Que grande plataforma, não? É isso que nós queremos?
Desculpem-me, mas se o povo brasileiro se deixar levar por essa brincadeira de mau gosto, pior do que está pode ficar sim. Quer saber? Já chega, temos “tiririca” demais no congresso. Ah, pára ô!