domingo, dezembro 07, 2008

Ética, Vida e Família.

A sociedade atual passa por uma grave crise ética. São muitos os casos de corrupção, violência e desrespeito ao ser humano. Nesta sociedade hedonista, que busca o prazer imediato e particular em todas as coisas, valoriza-se mais o consumo do que a partilha, mais o dinheiro do que a honra, mais o sexo do que o amor; deseja-se mais liberdade com menos responsabilidade e o individualismo sobrepõe-se ao coletivo. Neste tipo de sociedade é flagrante também a desvalorização da família. Logo ela, a família, que é a célula mãe da sociedade; a igreja doméstica; o porto seguro do ser humano.
Diante dessa dura realidade, a Igreja, fiel ao compromisso de anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, denuncia a existência daquilo que o grande Papa João Paulo II chamou de cultura da morte, situação na qual a falta de ética e de compromisso para com o próximo resulta em inúmeras formas de morte: física, social e moral. Na Carta Encíclica Evangelium Vitae (Evangelho da Vida) o sumo pontífice ensina que “tudo quanto se opõe à vida, como seja toda a espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário; tudo o que viola a integridade da pessoa humana, (...) são infamantes; ao mesmo tempo em que corrompem a civilização humana, (...) e ofendem gravemente a honra devida ao Criador.”.

Nesse contexto, a Igreja convoca todos os cristãos (leigos e sacerdotes) a se engajarem na luta pela dignidade humana, ao mesmo tempo em que nos convoca a agir contra tudo o que coloque em risco o dom supremo da vida: “A todos os membros da Igreja, povo da vida e pela vida, dirijo o mais premente convite para que, juntos, possamos dar novos sinais de esperança a este nosso mundo, esforçando-nos por que cresçam a justiça e a solidariedade e se afirme uma nova cultura da vida humana, para a edificação de uma autêntica civilização da verdade e do amor.” (Papa João Paulo II - Evangelium Vitae).

Atendendo ao chamado, a CNBB em sua 43º Assembléia Geral no ano de 2005 afirmou que a Igreja jamais poderá abrir mão do empenho de valorizar, promover e defender a vida humana. E conclama nossas paróquias e comunidades a refletirem sobre o valor da vida em todas as suas dimensões. Para essa reflexão, a CNBB propõe a criação das Comissões de Bioética e de Defesa da Vida nas quais, a partir de uma profunda reflexão ética, a causa da vida seja defendida. Propõe ainda o fortalecimento da Pastoral Familiar, para que não falte o efetivo acolhimento e apoio às famílias em dificuldades.

Sem dúvida nenhuma, é no fortalecimento dos vínculos afetivo-familiares que a vida humana será protegida, desde a fecundação até o seu natural declínio. Uma sociedade que não sabe valorizar a família, certamente não saberá valorizar a vida.

Viva a vida, viva a família!

sexta-feira, maio 30, 2008

A vitória da Vida!



(Por Aleksandro Clemente)

Vida sim, aborto não! Essa foi a resposta dada pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados ao Projeto de Lei 1.135/91 que tenta legalizar o aborto no Brasil. No último dia 7 de Maio de 2008, depois de dezessete anos de tramitação naquela Comissão, a proposta de legalização do aborto foi REJEITADA. E o placar não podia ser mais significativo: 33 x 0.

A pesar do poder econômico, do engodo e das armadilhas dos abortistas, a comissão disse Sim à vida e não à morte. Graças ao trabalho incansável de homens e mulheres que vêm dando tudo de si em uma luta de Davi contra Golias, o dom da Vida, o mais fundamental de todos os direitos do ser humano, reinou soberano na CSSF. E triunfou também a Fé, pois a sociedade brasileira mostrou que é laica sim, mas não é atéia. A vitória da vida sobre a morte representa a vitória dos valores religiosos de uma sociedade que conforme o preâmbulo da Constituição Federal foi constituída "sob a proteção de Deus". É a vitória de uma sociedade que tem Deus como criador e a maternidade como graça derramada no seio da família.
Além disso, a rejeição do aborto é uma homenagem à ordem democrática do País e uma atitude de respeito aos direitos constitucionais do cidadão. Isso porque a inviolabilidade do direito à vida, desde a concepção até a morte natural, deve ser o princípio norteador de uma sociedade que pretende figurar dentre as principais nações do mundo. Por isso, a defesa da vida deve pautar a atuação de Legisladores, Juízes e Chefes de Estado verdadeiramente comprometidos com o Brasil. A imagem do Brasil como um País cumpridor dos direitos humanos depende em muito do respeito aos direitos da criança por nascer.
Sei que ainda há muito por fazer; vencemos a batalha, não a guerra. Mas a vitória do dia 7 de maio de 2008, data histórica que deve fazer parte das comemorações pró-vida, mostrou que unidos somos mais fortes. E agora, com muito mais força e esperança, podemos gritar em coro: VIVA A VIDA!

O Show da Morte!


Há dias a sociedade brasileira acompanha os detalhes do caso Isabella. A morte da menina jogada de um edifício em São Paulo e o possível envolvimento do pai e da madrasta provocou não só comoção popular, mas também curiosidade e especulação em torno do caso. A começar pela mídia que transformou a tragédia em uma verdadeira novela, passando pela promotoria, pelos agentes de polícia e pela própria população, todos têm tratado a morte da menina como um verdadeiro espetáculo.
Nesse Show, a intimidade das pessoas, tanto dos acusados e seus parentes como da mãe da menina e dos vizinhos do prédio, tem sido constantemente violada sob pretexto do direito à informação e da liberdade de imprensa. Mas há limites éticos e jurídicos para o direito de informar. Se a liberdade de imprensa é um dos pilares da democracia, a preservação da intimidade e o respeito ao princípio constitucional da presunção de inocência também são fundamentais para a sobrevivência do Estado de Direito.
Não tenho procuração dos acusados para defendê-los nem tão pouco deixo de me comover com o caso e partilhar da dor da mãe da menina, mas não posso aceitar que a tragédia alheia seja motivo para a violação da Constituição Federal. Também não posso admitir que as autoridades se arvorem no direito de debater publicamente o caso ao ponto de adiantar conteúdo de laudos periciais que sequer haviam sido anexados aos autos do Inquérito Policial. É deprimente saber que as pessoas viajam horas para visitar o local do crime como se ali fosse um ponto turístico. Pior ainda é ver a população tentando invadir a casa dos indiciados para fazer "justiça" com as próprias mãos, como se isso também não fosse crime. Olhando assim, até parece que a sociedade brasileira tem o hábito de sair às ruas para exigir justiça sempre que se sente prejudicada. Agora, já há até enquete na Internet para a população opinar (http://bomdiabrasil.globo.com/Jornalismo/BDBR/0,,MUU14269-3687,00.html).
Estou cansado desse caso, já sei qual vai ser o final da novela. Mas meu medo é que com todo esse sensacionalismo, e a julgar pelo oportunismo dos nossos políticos, alguém resolva convocar um plebiscito para decidir se o casal é culpado ou inocente. Deus nos proteja!

O Aborto e o Mosquito



(por Aleksandro Clemente*)

O ministro da saúde, José Gomes Temporão, já disse diversas vezes que o aborto é uma questão de saúde pública. Essa também é uma afirmação constante na fala do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Ambos, alinhados com o programa de legalização do aborto do Governo Lula, usam a saúde pública como argumento para justificar esse tipo de assassinato de crianças inocentes no útero da mãe. Enquanto isso, em pleno Século XXI, um mosquito provoca uma enorme epidemia de dengue em um dos principais estados da federação, levando à morte dezenas de pessoas, sendo mais da metade crianças.


O problema da dengue no Rio de Janeiro poderia ter sido evitado já quando surgiram os primeiros casos da doença. E mesmo com o surto da doença, muitas vidas poderiam ser salvas se o sistema de saúde do Rio fosse preparado para receber e tratar os pacientes, bem como se o Governo do Estado não tivesse reduzido em 48,6% a previsão de gastos com prevenção e combate à dengue. Segundo revela reportagem publicada na folha on-line (20/03/08), a verba encolheu de R$ 39,5 milhões (valores atualizados) em 2007 para R$ 20,3 milhões em 2008. Ou seja, nem o Ministério da Saúde nem o as autoridades do Rio de Janeiro tomaram as medidas necessárias para evitar o caos.

E as feministas, que tanto apoiam a legalização do aborto como proteção à saúde da mulher, o que fizeram ou estão fazendo pelas mulheres vítimas da dengue? Vão repetir os aplausos e as manifestações de apoio ao Ministro da Saúde e ao Governador Sérgio Cabral? Vão dizer também elas que "nunca na história desse país...". É nunca se viu uma epidemia de dengue como essa.

Para muito além da incapacidade das autoridades brasileiras, essa situação lastimável pela qual passa o Rio de Janeiro mostra que a "Saúde Pública" no Brasil só serve como chavão para justificar o financiamento de atitudes criminosas como o aborto, mas não é capaz de combater um simples mosquito! Afinal, até quando a sociedade brasileira vai tolerar essa hipocrisia?